Postado: 16/08/2021 | FREDERICO BRAGA DE SOUZA SILVA Hoje, vamos conhecer a história de Lina Freitas, mãe e dona de casa, que encontrou na Educação de Jovens e Adultos do Sesc AM, a oportunidade de retomar os estudos. Lina abandonou a sala de aula em 1975, aos 15 anos, quando seu pai faleceu. “Minha mãe trabalhava em casa cuidando da gente, mas com a morte do meu pai, as coisas ficaram difíceis. Eu tive que sair, abandonando os estudos para cuidar dos meus irmãos, enquanto minha mãe ia trabalhar, ia à luta. Uma época muito difícil. Logo depois, me casei, fui cuidar dos meus irmãos, do meu marido, fui me dedicando só à casa, à família, e tudo mais. Em 2018, eu perdi a minha mãe. Se com a morte do meu pai, eu abandonei, após a morte da minha mãe, eu decidi voltar a estudar”, conta. Neste momento de esperança e a possibilidade do retorno à sala de aula, Lina enfrentou mais um desafio. “Com a morte da minha mãe, ficou aquele vazio. Precisava de alguma coisa para preencher. Meus filhos já estavam todos adultos, tudo criado. Eu queria voltar a estudar. Meu marido não gostou muito, mas eu estava com 58 anos, precisava voltar a estudar” , disse. Até que o Sesc AM somou à história de Lina. “Um dia, minha irmã me disse: ‘Mana, bora estudar. Eu arranjei uma escola muito boa, é no Sesc’. Eu estava pensando em estudar, mas eu não queria aquela aquela coisa chata que a gente se matricula, aí te dão uma apostila, você vai para casa, vai ler e estudar tudo aquilo e quando você acha que tá apto, você reprova. Isso daí não é para mim. Eu tenho que ver o professor, tenho que olhar para a cara dele e se eu não entender, eu peço para ele repetir. No Sesc, é diferente”, explica. Lina conta um episódio, no qual a não conclusão do ensino básico, a fez se sentir diminuída. “Na primeira vez que estudei, meus colegas e eu fizemos uma grande amizade, mas eu parei e eles continuaram. Depois de um tempo, nos reencontramos, fomos a um restaurante para relembrar o tempo que estudamos juntos. Eu fui e me senti pequena, pois todos estavam formados e eu não, e isso me deu força para buscar o conhecimento. Não é para ser rica, o meu objetivo é ter o mesmo nível de conversa, pois percebi que fiquei para trás, conversávamos coisas que eu não entendia. Entendia somente da minha casa, do meu marido e dos meus filhos. Disso, eu sabia de tudo. Minhas amigas me deram a maior força para eu retornar à sala de aula”, recorda. Ao retomar os estudos no Sesc, Lina redescobriu a importância do conhecimento para a sua vida. “Foi uma experiência que me fez pensar: ‘Por que eu parei de estudar?’, quando eu comecei na EJA, fui me surpreendendo com tudo aquilo que estava acontecendo, com todo aquele conhecimento. Às vezes, foi difícil, pois não tinha passagem de ônibus, aí outro colega inteirava. Eu por muitas vezes ajudei colegas e também fui ajudada. Foi difícil, mas a gente conseguiu. Hoje, eu fico olhando e digo: ‘Foi bom’. Para a gente é muito importante galgar, superar e enfrentar todos as dificuldades. É muito prazeroso. Éramos uma família no Sesc, onde os professores não eram só professores, eram amigos”, destaca. Lina Freitas se formou na EJA Sesc e concluiu o ensino básico em julho deste ano, agora, conta os planos para o futuro. “Não vou parar por aqui, vou continuar. Uma realização pessoal, quero ter conhecimento, quero chegar lá, fazer uma faculdade. O Sesc abriu essa porta e me deu todo o apoio. Não só para mim, mas para todos que o procuram. Eu me redescobri no Sesc, “, conclui. A história de Lina, como a de muitas outras pessoas, foi transformada no Sesc AM. Acompanhe nas nossas redes sociais (Facebook e Instagram) e aqui no site, como o Sesc contribui para a qualidade de vida dos amazonenses, conheça a campanha #EssaéaMinhaHistória.